As pessoas se incomodam.
Sou quieta, calada, sou in na maior parte do tempo.
Sou quieta, calada, sou in na maior parte do tempo.
Ah...mas ser assim incomoda.
As pessoas que falam sem pensar, que são “entronas”, que falam pelos cotovelos e as quais o silêncio assusta...essas são ok. São ditas animadas divertidas... Juro, pessoas assim não me incomodam, vivo cercada por elas e acho de verdade que independentemente de qualquer julgamento, elas movimentam. Como todos os perfis humanos, tem seu grande valor.
Agora o engraçado é que essas agitadinhas são as que mais se incomodam com as quietas. Parece contraditório, afinal alguém calado é prato cheio para os out. Aí começam as especulações! Tá brava? Tá triste? Nossa, como você é brava. Você parece uma velha. Fala alguma coisa. Te achava arrogante... e por aí vai.
É simples. Sou quieta e só. É tão difícil assim entender? Não sou melhor, pior, mais, menos...
Para me divertir não preciso fazer bunda lelê no palco, tomar todas, dançar como uma gazela louca implorando a atenção dos outros. Pelo contrário, não quero que a maioria me note, me observe. A maioria não me agrada. Posso estar errada, mas por vezes me parece que a maioria não pensa, é “maria vai com as outras”.
Numa mesa rodeada por vários, não preciso ficar aos berros contando da minha vida ou dizendo o que penso sobre o assunto. Não fico me digladiando. Se alguém realmente quiser saber o que penso, conseguirá me ouvir, sem necessidade de gritos. O contexto inverso me agrada: poucas pessoas falando, num tom normal, sobre ideias, contando histórias, descrevendo seus planos, suas experiências...Falando de si mesmas sem receio. Horas de conversa nas quais sempre cabem risadas, lágrimas e verdade.
Mas tudo isso incomoda.
Observar incomoda.
Pensar antes de dizer, pensar em como dizer...incomoda.
Tem muito gente incomodada por aí!