“Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...”
Meu pai.
Meu pai é o meu melhor amigo mago da terra.
Nossa ligação é intrínseca desde que me conheço por gente.
Acreditava que tinha nascido da barriga do meu pai. E ele sempre ficava orgulhoso disso. Já maior, descobri que nasci mesmo foi do desejo dele para que eu chegasse.
Toda noite meu pai tinha de ficar comigo na hora de dormir. Tinha medo do escuro. Na verdade, ainda tenho.
Quando pequena meu pai era uma figura muito amorosa, mas ao mesmo tempo distante. Quieto, contido, sério, muito sério. Eu e as meninas não entendíamos porque o pai tinha a expressão do rosto tão igual sempre.
Não sabemos o que aconteceu, mas conforme crescíamos o pai ficava cada vez mais próximo e vê-lo sorrir tornou-se constante.
Sempre pude contar com meu pai.
Em alguns momentos ele dizia para que não me preocupasse, pois cada um tem seu tempo.
Em outras situações dizia que eu precisava ir em busca do que gostava.
Ele também pediu, com um ovo de Páscoa na mão enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto, para que eu renascesse.
Em silêncio muito me consolou, quando parecia que tudo tinha dado errado.
Em minhas conquistas sempre esteve e está lá para aplaudir.
Meu pai sempre presente.
Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Demorou, mas aprendi a sequência.
Assistir aos jogos com meu pai é sempre uma programão. Era mais frequente, mas ainda acontece e sempre geram doces lembranças. Por meio do futebol nos aproximamos ainda mais e tenho recordações para uma vida toda. Como ir na Rua Javari ver o Juventos e tomar sorvete feito com aguá da torneira. Ou quando conheci meus ídolos em 95. Quando fomos na Vila, ao museu do Peixe...
A verdade é que meu pai é uma grande cara. Um grande amigo.
Quando estamos sozinhos poucos falamos e é o suficiente.
Discordamos, conversamos, rimos, rimos muito, pois meu pai tornou-se um homem engraçado.
Gosto disso. Gosto de seu bom-humor.
Agora o meu pai será também avô. Ele está feliz com a possibilidade de fazer o que os avôs fazem: estragar os netos. O papelzinho nem nasceu e ele já diz que o neto poderá fazer o que quiser lá em casa.
Se foi e é um pai tão incrível, fica fácil deduzir que será um avô muito querido.
Pai? Muito obrigada por permitir que eu seja quem sou. O seu respeito me torna um SER livre.
Amo muito você, Doug.
Feliz Dia dos Pais!!
“Que o sorriso amigo seja o distintivo pelo qual o filho reconheça o pai" – São Jerônimo