sábado, 29 de novembro de 2008

A penteadeira

Acordou por volta das nove horas e, como de costume, após tomar o café da manhã, levado por sua dama de companhia, na mesinha que fica em frente à janela da qual a vista que se tem é a da montanha, sentou-se na penteadeira e, com a escova herdada de sua tataravó, começou a escovar os longos cabelos.

Enquanto olhava seu reflexo naquele espelho de cristal, aquele velho companheiro que por inúmeras vezes refletiu sorrisos, lágrimas e que em momentos de fúria foi ameaçado com vários objetos, pensava no que faria naquele dia.

Primeiro pensou em caminhar no jardim aproveitando o sol da manhã, depois achou melhor aprimorar-se no piano quando se deu conta de que não tinha terminado o bordado no lençol do enxoval de sua prima, no qual há meses não dava se quer um ponto. Distraiu-se ao dividir seu cabelo para fazer uma trança e quando voltou a pensar no que faria, achou melhor terminar de ler aquele romance do qual nem lembrava mais dos nomes dos personagens que lutavam para viver seu grande amor.

Ao abrir a gaveta para pegar a fivela que finalizaria a longa trança deparou-se com seu diário, aquele de capa rosa dado por sua mãe quando completou dezesseis anos. Ao tirá-lo da gaveta, abriu na primeira página para ler mais uma vez a dedicatória feita por sua genitora. As palavras estavam difíceis de serem lidas, era necessário luz. Antes de pegar o lampião, olhou pela janela... à noite tinha início. Com o lampião aceso se deu conta do número de páginas em branco desde sua última gota de tinta.
Olhou para o espelho, uma lágrima escorreu de seu olho esquerdo. Se deu conta de que passara muito tempo ali, na penteadeira, escovando os cabelos e pensando no que faria naqueles dias desperdiçados... incapazes de preencher se quer três linhas daquela folha.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O que é a Fé?

Por Marcos Schalch
Fé é ter um horizonte em sua vida. É acreditar que seus objetivos estão em algum lugar no futuro e que você terá ajuda na batalha para que eles se tornem reais no tempo presente. É confiar, crer, dar garantias ilimitadas à algo e/ou alguém - já que pode-se ter Fé em Deus (seja Ele qual for), na religião em que está acreditando, em si próprio, no trabalho, no cônjuge, nos parentes, no time de futebol, etc. Ninguém, nem mesmo um ateu, pode dizer que não tem Fé em alguma coisa.

A Fé é o alicerce para continuarmos a caminhar em busca de algo. Se a vida não está de bom humor com seus planos, você se apóia na Fé para tentar passar por esta fase. Porém, se tudo está dando certo, novamente você escora na Fé para que esta boa fase não passe tão cedo.

É necessário ter Fé para chegarmos numa zona de conforto, vez ou outra buscar uma palavra de motivação, um ânimo externo (ou interno) para continuarmos a combater os empecilhos que vão aparecendo no caminho.

Pode-se perder a Fé porque seus objetivos não foram alcançados. Claro que isto é uma atitude derrotista, de alguém que desiste fácil de seus planos pensando que eles estão longe demais para conseguir chegar lá. Penso que esta pessoa é alguém tão fraco que desiste da corrida antes mesmo de começar e esquece quantos passos teve que dar para chegar nesta posição lastimável que está hoje. Afinal, ninguém nasce falando, andando, se vestindo sozinho ou procurando o que comer no armário.

Mas também não se pode ser um fiel exacerbado. Uma pessoa muito fiel fica cega e surda para perceber que, as vezes, a Fé não faz você chegar no objetivo almejado, mas sim tenta te mostrar um outro muito melhor. O fiel ao extremo fica tão concentrado em acreditar nos poderes de sua Fé que deixa de olhar para o lado e acaba se tornando um burro com cabresto, sendo que este cabresto é formado por orgulho e prepotência.

Dose sua Fé com o que tem para jogar. Caso queira apostar alto, faça-o, mas saiba que existem 50% de chances de que sua aposta está errada. Tenha hombridade de saber o que fazer quando suas expectativas não forem alcançadas, afim de traçar novas metas, desta vez um pouco mais próximas da sua realidade. E o mais importante: não desista dos seus sonhos, pois uma pessoa sem sonhos, no mínimo, deixou de acreditar em si mesmo.

Confie no que quiser, mas permaneça de olhos e ouvidos muito atentos para os sinais que a vida vai te mostrando. Afinal, todos os acontecimentos que passamos podem ser resultantes de sua Fé, que está realizando suas necessidades presentes.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O feijãozinho está crescendo


Quando a mesmice não faz mais sentido, uma nova vida nasce e transforma!

Essa é a Princesa Sophie!!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Arte de Correr na Chuva

Tenho um grande amigo, seu nome é João. Me encontro com ele uma vez por semana e em momentos da vida em que tudo parece muito confuso, o vejo com mais freqüência. João está sempre à disposição. É uma espécie de amigo mago. É capaz de fazer suas mais profundas dores irem embora num estralar de dedos. Ele cuida da nossa alma!

Numa das muitas conversas que tivemos, João me contou uma historinha e sempre penso no que ela representa. Vou contá-la do meu jeito!

Imagine que está chovendo, chovendo muito. Imagine que há um cão caminhando e que ao perceber a presença da chuva começa a correr. Não há abrigo por perto, mas ele conhece um, longe dali.

Então o cão começa a correr, correr muito. Você notará que por vezes ele pára e se sacode. Corre mais um pouco, pára e se sacode.

“Por que o cão vez por outra pára e se sacode?” – João me questionou, e ele mesmo respondeu: “O cão pára e se sacode para tirar o acúmulo de água de seu corpo, assim ele fica mais leve e, conseqüentemente, mais veloz para chegar ao seu destino”.

João continuou: “Em nossas vidas, de tempos em tempos, precisamos parar e nos sacudir. Deixar para trás energias que não são mais benéficas, situações, sentimentos... É preciso deixar para trás, assim ficamos mais leves para chegar ao “abrigo”.

Entendi o recado e sempre que me vejo relutando diante de algumas situações penso: “Ok, é hora de parar e sacudir!”.

Um tempo depois, do João me contar essa história, estava olhando a vitrine de uma livraria quando me deparei com o livro “A Arte de Correr na Chuva”, de Garth Stein. Adivinhe? O layout da capa tem um cachorro!! Como acredito que coincidência não existe, comprei o livro. É SENSACIONAL! É uma história de amor narrada por um cachorro, mas não qualquer cachorro. Enzo é um filósofo com alma humana.

Para quem gosta de ler, gosta de cachorro e de uma narrativa, no mínimo, inusitada, “A Arte de Correr na Chuva” é uma obra que com absoluta certeza enriquecerá sua percepção de mundo, de amor.

Recentemente agradeci ao mago João pela dica!


"Aquilo que você deseja já está à sua frente" - A Arte de Correr na Chuva, Garth Stein

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Pobre Obama!

Não sou uma pessoa interada sobre o mundo da política. Numa discussão de conhecedores de partidos, siglas, programas de governo... Ficaria, com absoluta certeza, ouvindo cada posicionamento dos locutores e não meteria o "bedelho" na conversa. Mas também não sou uma cidadã alienada. Tenho minhas convicções, minhas preferências partidárias, mas não é definitivamente um assunto dos mais interessantes pra mim.

Acompanhei pelos telejornais a disputa pela presidência dos Estados Unidos, mas de uma forma beeeem out. Sabia que Mcain seria a continuação do trabalho Bush e que Obama era aquele jovem negro de sorriso, ao menos, largo.

Depois do resultado divulgado na madrugada de terça-feira, no Brasil, decidi checar o que o tal do Obama tinha de tão encantador. Filho de Barack Hussein Obama, um homem negro do Quênia educado em Harvard e de Ann Dunham, uma mulher branca de Wichita, no Estado do Kansas, formou-se em direito na tradicional Universidade Harvard e trabalhou como professor e defensor dos direitos civis em Chicago antes de ser eleito senador por Illinois, em 2004.

Esses são só alguns feitos de um homem que, na boa, tinha tudo para não ser nada.

O discurso da vitória foi emocionante. Eis aí um homem que sabe fazer uso das palavras e entonações. Quando Obama fala de sua família, de seus antepassados e, especialmente, de sua avó, me dá a impressão que o sentimento é verdadeiro e quando, então, se dirige aos cidadãos dos Estados Unidos da América... eles se sentem parte da família de Obama.

Mas pobre do Obama... A repercussão de sua vitória foi bem recebida por todos os povos do mundo. Todos os chefes de estado mostraram explícito contentamento em saber que Obama é quem viverá na Casa Branca. Todos querem melhorar suas relações com Os Estados Unido da América!

Os telejornais mostraram as comemorações ao redor do mundo. Pobre Obama! A sensação é que ao sentar na sala Oval todos os problemas estarão resolvidos. Entendo a sensação de esperança, mas sejamos sensatos... Ele é o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e não o Superman. Tudo bem que seu programa de governo é mais humano, mas no dia 2 de janeiro de 2009 milhares de pessoas morrerão de fome, outras tantas de violência doméstica ou em filas de hospitais, bombas detonadas em nome de Deus continuarão a matar pessoas alheias a essas insanidades justificadas pela fé, florestas serão devastadas...

Pobre Obama!
Ele é a esperança de um novo mundo, segundo dizem alguns. Esperam que Obama resolva todas as injustiças, falhas, cagadas que uma nação vem plantando há séculos.

Pobre Obama. Boa sorte, Sr.Presidente!